to change.
Eu leio, releio e penso que eu deveria viver mais e tentar mais. Feito aquelas pessoas que precisam de ver muita experiência pra aprender a ter as próprias. Porém eu não tenho minhas vivências, minhas teorias, minhas quedas e minhas ascensões. Só tenho meu arquivo de livros lidos e olhe que a maioria são de contos de fadas. Já passou pela minha cabeça que eu poderia sair mais, viver mais, beijar outras bocas e acariciar outros cachos, pra quem sabe experimentar algumas decepções do amor, como aquele sentimento de ver ele te dar as costas e te deixar chorando. Mas isso não acontece comigo, não na minha vida, e eu não sei se fico bem ou fico mal com uma coisa dessas. Onde fica a emoção, o desespero, o choro sem previsão pra ir embora, as lágrimas que não sei nem de onde vem? Comodismo. Eu estou rodeada de amor e rodeada de você e me sinto mais que bem com tudo isso, mas fico pensando onde é que fica a aventura. A descoberta. Os segredos escondidos no porão. O tambor do coração tocando forte e animado. Onde fica? Comodismo. Eu quero mais do novo. Apesar do medo irracional, eu insisto em ansiar pelo novo. Posso não fazer nada, mas penso. Penso em andar na chuva invés de correr dela, penso em falar agora sem deixar que a timidez me impeça, penso em mudar meu cabelo e não ligar pro que vão dizer de mim e do meu caráter duvidoso. Penso penso e penso mais um pouco. E penso mais uma vez que deveria parar de pensar e começar a fazer, então digo em voz alta pra começar tirando essa ideia do pensamento. "Mas tá tudo tão bom assim, tão quieto, o que é que tem?" a mente insiste e briga comigo - "Não desperdice amor desse jeito, você nunca amou assim, vai jogar tudo pro alto?" E se eu não jogar como vou descobrir se o amor é assim mesmo? Como eu vou amar mais pra saber se eu amo direito? "E pra que amar direito? Não tá bom assim?" E eu fico sem argumentos pra discutir comigo mesma e minha mente teimosa. Eu dou o conselho pra vocês ousarem e terem coragem pra mudar e sair do comodismo. Pra vocês. Por enquanto eu vou continuar assim usando meu amor velhinho que eu sei de cor, arriscando umas aventuras sozinha por aí. Eu vou assim, e não paro de andar. No comodismo, na lentidão. Mas não paro nunca.
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