Texturas de bordado.

Em sobressaltos, você aparece nos meus pensamentos de forma extremamente amável. 

Tento justificar a quem presto contas, espontânea e semanalmente - vulgo, a terapeuta, que você me acomete a mente por ser novidade. Experiência nova, vivacidade, e tranquilidade, e felicidade... Mas não consigo justificar o motivo de me lembrar muito bem das ondas sonoras cor de pêssego dos seus gemidos em volume crescente, nem de me arrepiar ao lembrar da textura macia formada pelas digitais nas suas mãos e os sulcos na sua pele. 

Tentam me explicar motivos coerentes. A obviedade da reação natural do meu ser a algo novo, brilhante e vistoso. Algo cheiroso, macio e sedoso. Algo gostoso de gosto e textura, agradável aos cinco sentidos e até a algum sexto que possa aparecer. Algo que coincidentemente tem o mesmo nome e endereço que você.

Torço que você desenvolva super poderes, que possa viver pra sempre - enquanto quiser - e ler meus pensamentos que não expresso como gostaria por receio. Depois da delícia de você, antes de chegar em mim, tem a distância da inadequação, da insegurança, da inferioridade, da incapacidade de ser suficiente pra estar com você sem nada no meio. Nada entre nós.

Em termos de fios de meada, não gostaria de nada com nós. Juntemos os fios e podemos pentea-los. Podemos bordar facilmente um cenário bonito pra pendurar na parede e ficar de memória de tempos felizes onde a descoberta e a novidade são sinônimos de felicidade.

Comentários

  1. Bordado é sempre um encontro do fio com a linha num tecido. Encontros que marcam tem ondas sonoras: bonito sentir assim! Continue inventando cores. Adoraria compor contigo outros bordados!

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